Chris standing up holding his daughter Elva
Disrupção: ato de romper, de interromper o curso natural de um processo, segundo o dicionário Aurélio de língua portuguesa. No mundo empreendedor, o termo vem sendo utilizado frequentemente para definir projetos que apresentem algum tipo de ruptura com os padrões adotados no mercado tradicional e que tragam soluções competitivas frente às necessidades do momento. O setor de transporte enfrenta o desafio da inovação e, para isso, vem pensando em tecnologias que rompam com as barreiras do passado e que tenham os ideais do futuro como uma realidade contemporânea. 

Para tanto, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) lançou, em abril, o programa Conecta – Impulso a Startups, que tem inscrições abertas até o dia 15 de maio. Em parceria com o BMG UpTech, a iniciativa visa selecionar empresas que desenvolvam soluções inteligentes para promover a inovação e a superação dos desafios do setor de transporte e logística no Brasil. “Vivemos em um momento em que a tecnologia está cada vez maior. Já estamos passando por grandes rupturas no modo de fazer o transporte. Precisamos estimular, ainda mais, o desenvolvimento de novas ideias, deixando o setor conectado com o que vem sendo implementado em todo o mundo. O programa Conecta está alinhado a esse pensamento”, observa o presidente da entidade, Clésio Andrade.

Etapas do Conecta


O processo total do Conecta deve durar dez meses. Na primeira fase, prevista para ser encerrada em meados de maio, as 50 startups selecionadas tiveram de apresentar distintas tecnologias voltadas a todos os modais do setor. A segunda fase deve ocorrer até julho. Na fase seguinte, até novembro, haverá uma triagem de 25 startups, que desenvolverão soluções de transporte. A última etapa do programa acontece em dezembro, com a seleção das cinco empresas vencedoras.

Investimento, mentoria, internacionalização


Além do BMG UpTech, o Conecta também conta com o apoio da Bossa Nova Investimentos e da Nxtp.Labs. Outra parceira é a Fundação Dom Cabral, que vai oferecer consultoria a partir da segunda etapa do processo, quando as 50 empresas selecionadas passarão por um treinamento presencial no campus da instituição, em Belo Horizonte (MG). Na fase seguinte, ocorrerão oito encontros presenciais de dois a três dias cada, também na capital mineira. O grande diferencial do programa, entretanto, será experimentado pelas cinco empresas vencedoras, que vão passar por um treinamento de um mês na sede da Plug In Play, empresa localizada no Vale do Silício, nos Estados Unidos.

“A Fundação Dom Cabral vai entrar com um programa de gestão para que as empresas melhorem suas formas de administrar, mostrando caminhos que elas podem percorrer no processo. Dentro desse programa, também vamos trazer startups e profissionais da área de finanças e de contabilidade para poder ajudar. Esses momentos são muito interessantes para as empresas interagirem”, avalia o diretor da CNT para assuntos internacionais, Harley Andrade.





Soluções e resultados


De acordo com ele, o Conecta é um programa de tração. A intenção é trabalhar com startups que já tenham algum tipo de consolidação no mercado, além de clientes, mas que ainda não tenham penetração no setor. “A gente está investindo em empresas que têm um grau de maturidade maior, porque trabalhar com incubadora leva tempo e demanda muito investimento. Boa parte dessas empresas se perdem pelo caminho. Como o mundo está em uma transformação grande, a Confederação quer soluções com alguma viabilidade”, ressalta. “Podem vir, por exemplo, ideias de aplicativos que melhoram a eficácia do motorista, alguma solução para mobilidade urbana e também para o aquaviário e o aéreo. Não pretendemos limitar a criatividade das empresas”.

O CEO do Grupo BMG, Rodolfo Santos, explica que o investimento em startups pode gerar um resultado mais eficaz para o setor. “O modelo está disseminado no mundo inteiro. São empresas que atuam no mercado de forma focada. Coisas que a gente não consegue fazer em uma empresa comum, tem alguém pensando de forma prática, simples e com muita eficácia nas startups. A nossa ideia é entrar no mundo do transporte, identificar quais são os problemas que precisam ser resolvidos e ir ao mercado para tentar resolvê-los da melhor forma possível”, explica.

Ele cita como exemplo o caso da Kodak, que foi uma das empresas de fotografia mais famosas do mundo por 50 anos. “A câmera digital foi criada lá dentro e, quando foi apresentada ao presidente, ele não apoiou porque estava apegado à ideia do filme. Abandonaram o projeto e alguém de fora acabou criando. A startup tem um poder de entender o que o cliente quer. A Kodak não entendeu o que o cliente dela queria. Ele não queria um pedaço de papel, mas, sim, guardar momentos inesquecíveis. Então, é isso que a gente está buscando: identificar problemas no setor de transporte e logística e trazer startups para resolver isso.”


Mercado de startups


Atualmente, o Brasil conta com cerca de 4.200 startups, segundo dados da ABStartups (Associação Brasileira de Startups), mercado que começou a surgir em 2011. A maior parte das empresas (57%) é de operação, ou seja, já opera e tem um time para escalar as primeiras vendas. O setor de logística, por exemplo, ocupa apenas 2% das empresas brasileiras, sendo a maior parte dos modelos de negócios integrante das áreas financeira, de educação e de marketplace. Outro dado relevante é que grande parte das startups possui dois anos de atuação no mercado, estão nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e nunca recebeu investimento.



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