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Esmarlei, 28, motorista de ônibus; Alexsandro, 41, cobrador; Eros, 39, conferente financeiro; Aldo, 33, auxiliar de produção. Trabalhadores do transporte. Diariamente suas funções dialogam com um objetivo em comum: o transporte de cargas e de passageiros em todo o país. No próximo fim de semana (20 e 21), entretanto, os profissionais vão ultrapassar os limites dos ônibus, galpões e escritórios para se enfrentarem dentro de campo. A unidade de Pelotas (RS) sediará as semifinais e a grande final da 7ª edição da Copa SEST SENAT de Futebol 7 Society, um campeonato destinado exclusivamente a profissionais do transporte. 

No total, 734 equipes com 10.069 jogadores se inscreveram para disputarem o torneio de futebol do SEST SENAT neste ano. Da fase local, que ocorreu entre março e junho, saíram 80 times – incluindo os quatro semifinalistas do ano anterior. Entre agosto e outubro, o campeonato passou pela fase nacional, com a classificação de oito times para as quartas de final, que foram disputadas na unidade de Goiânia (GO). Desses confrontos, foram selecionados os quatro times que concorrem ao título de 2018: Pelotas (RS), Fortaleza (CE), Contagem (MG) e Manaus (AM).

O sentimento dos jogadores é de confiança. Todos se empenharam, e muito, para chegarem às semifinais e, portanto, assumem discurso de otimismo. “O nosso time é muito bom e vem com força total. Estamos confiantes, mas com todo respeito às outras equipes, que também estão bem. Serão jogos difíceis”, observa o zagueiro da equipe de Manaus, Eros Júnior. O time do qual faz parte é formado por trabalhadores da Eucatur, empresa de transporte rodoviário urbano, que disputou a fase nacional da Copa SEST SENAT pela primeira vez em 2018. Até então, a equipe só havia chegado até a fase regional. Para alcançar resultados melhores neste ano, a rotina de exercícios foi intensificada e incluiu treinamento funcional e com bola três vezes por semana. “A Copa fez bem para a nossa saúde porque o tempo para os treinos era escasso. Com a motivação do torneio, melhoramos bastante nosso condicionamento físico”, comemora Júnior. 

Os treinamentos intensos também fazem parte da rotina da equipe de Contagem, vice-campeã de 2017. Todas as quintas-feiras, os 15 atletas, entre titulares e reservas, se reúnem para treino físico e tático. "Agimos como um time profissional. Precisamos estar fortes para não sofrermos lesões", adverte Aldo da Silva, o pivô do grupo. O funcionário da Empresa de Transporte Apoteose já disputa o torneio há três anos e leva os jogos muito a sério. “Esse campeonato é uma série A. É um sonho para quem tem a oportunidade de jogar." Ele ressalta a força do elenco e diz que a turma é unida e guerreira, além de ter foco, humildade, paciência, inteligência e sabedoria.   

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?Favoritismo


Representantes da unidade do SEST SENAT Fortaleza já ganharam a Copa três vezes: 2013, 2014 e 2016. Em duas ocasiões, a vitória foi da equipe da Organização Guimarães que, neste ano, pretende levar para a capital cearense o tetracampeonato. A depender do camisa 10, Alexsandro Lopes, a equipe fará o seu máximo. “Temos confiança em cada jogador para alcançarmos a vitória. Isso prevalece em campo. Sabemos que os quatro times são muito bons. Vai ganhar o que tiver mais garra, mais experiência, mais união e que errar menos. Confiamos muito no nosso elenco”, repete o jogador, em tom profissional.

Já o time de Pelotas, formado por trabalhadores da Viação Conquistadora, foi o campeão da Copa SEST SENAT no ano passado e, por isso, a cidade sedia o torneio neste ano. A pressão pelo bicampeonato é grande. É o que conta o jogador Esmarlei Calero. “Não queremos fazer feio na frente dos nossos torcedores e da nossa família. Mas sabemos que a nossa amizade dentro e fora de campo pode nos dar o título novamente. Somos muito unidos e isso é o forte da nossa equipe”, enfatiza. O meia já joga o campeonato há quatro anos e não esquece a final contra a equipe de Contagem, ano passado, em Fortaleza. “Foi a primeira vez que chegamos entre os quatro melhores. O time adversário era muito bom, mas conseguimos vencer por 4x1. Fiz o terceiro gol da partida”, lembra. Inspiração não faltou. 

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Apoio das empresas e reflexos no trabalho


?A fórmula que garante o sucesso dos times que disputam a Copa SEST SENAT de Futebol 7 Society possui como variáveis tanto o comprometimento das equipes quanto o engajamento das empresas de transporte. Por trás dos treinamentos e viagens, departamentos de recursos humanos se empenham para garantir o suporte necessário aos times, oferecendo desde o abono do ponto a recompensas financeiras. Os reflexos são percebidos na saúde, na produtividade e no bem-estar dos trabalhadores.

A Viação Conquistadora, de Pelotas, por exemplo, costuma abonar o ponto dos jogadores na época das viagens. “No ano passado, liberamos os funcionários por quatro dias para a disputa da final em Fortaleza. Esse ano fizemos o mesmo durante a ida da equipe para Goiânia para os jogos das quartas de finais”, conta o tesoureiro da empresa e responsável pela equipe, Gilberto Borchardt. Segundo ele, outro tipo de apoio essencial é a oferta de infraestrutura para treinamento, como quadras, bolas e uniformes. Borchardt conta, ainda, que os atletas do time dificilmente têm qualquer tipo de doença. “Temos muitos funcionários obesos, com problemas de pressão e diabetes. Os jogadores da Copa SEST SENAT, entretanto, não costumam apresentar atestados médicos porque a saúde deles é melhor”, explica. Ele também diz que os jogos impactam positivamente a produtividade desses trabalhadores, porque ajudam a reduzir o estresse. 

O torneio também surtiu reflexos positivos na Organização Guimarães, que representa o time de Fortaleza. A empresa tem o hábito de incentivar a prática de esportes há 35 anos. Tanto que, dos três títulos da Copa SEST SENAT que foram para a capital cearense, dois foram conquistados pelo time da empresa, composto, em sua maioria, por motoristas de ônibus, cobradores e mecânicos. “Nós temos funcionários que completaram 35 anos de carreira e só entraram porque a empresa tinha time de futebol. A nossa rotatividade é baixa entre os trabalhadores que praticam esportes porque eles se sentem mais satisfeitos na vida pessoal e na profissional”, explica o diretor-executivo, Luís Guimarães.  

A Empresa de Transporte Apoteose, que representa o time de Contagem (MG), também incentiva a prática de exercícios físicos. Fazem parte de seu quadro maratonistas e jogadoras de futebol. “Nosso time feminino está se consolidando. As meninas usam a própria estrutura do SEST SENAT para treinar”, conta o diretor de operações, Luciano Chagas. Ele considera que, os trabalhadores, além de bons atletas, também são bons profissionais e destaca que uma aptidão está vinculada à outra.   

O futebol também foi decisivo para que os trabalhadores da Eucatur tivessem maior qualidade de vida no seu dia a dia. Os atletas do time que representa a unidade de Manaus (AM), formado por motoristas, cobradores, mecânicos, lavadores e trabalhadores dos setores financeiro e administrativo, têm tido menos doenças ocupacionais, além de redução do nível de estresse. O gerente de recursos humanos da Eucatur, Márcio Mesquita, acredita ainda que o diferencial que a equipe promove é a interação entre as distintas áreas da empresa. Ele também destaca a importância das instalações do SEST SENAT para os treinamentos. “Os trabalhadores usam mais a estrutura da instituição do que a da nossa empresa. Temos uma grande parceria. Todos os nossos funcionários têm a carteira de lá. Além do espaço destinado ao lazer e ao esporte, eles também utilizam os serviços prestados pela odontologia, nutrição e fisioterapia”, conta. 

O diretor-executivo da Organização Guimarães ressalta o apoio do SEST SENAT aos times, durante a Copa, oferecendo traslado, infraestrutura, passagem e alimentação na fase nacional. “Uma das principais motivações da equipe é viajar pelo país. Temos atleta que andou pela primeira vez de avião no torneio. Todo o suporte faz a gente se mobilizar para participar a cada ano”, conclui Luís Guimarães. 

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