Chris standing up holding his daughter Elva
Apresentado pela empresa belga CMB (Compagnie Maritme Belge) no fim de 2017, o Hydroville, embarcação marítima que pode navegar movida a hidrogênio comprimido, é um exemplo de que as indústrias naval e offshore estão procurando novas formas de propulsão que minimizem as emissões de poluentes. 

Em 2015, a IMO (Organização Marítima Internacional) definiu que a quantidade de enxofre permitida nos combustíveis marítimos utilizados dentro das ECAs (zonas de controle de emissões que atualmente compreendem o mar Báltico, o mar do Norte, a área da América do Norte e a área marítima do Caribe dos Estados Unidos) deveria passar de 1,0% para 0,1%. Fora dessas áreas, o limite é de 3,5%. No entanto, a partir de julho deste ano, a organização internacional tem planos para diminuir o teor de SOx também nessas regiões. A meta é chegar a 0,5% até 2020.

O Brasil, assim como outros países que possuem papel de destaque na navegação marítima, também investe na busca de soluções para atender às novas regras. Exemplo disso é o trabalho do Centro de Pesquisa para Inovação em Gás Natural da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo). Os pesquisadores vêm desenvolvendo sistemas híbridos para motores em embarcações que envolvem a utilização de gás e baterias de lítio. O projeto está sendo desenvolvido para três tipos de embarcações: rebocadores; offshore supply vessels (equipamentos de apoio a plataformas de exploração); e shuttle tankers (navios de carga projetados para o transporte de petróleo de um campo offshore). O coordenador da iniciativa, Bruno Souza Carmo, explica que a economia possibilitada pelo uso dessas baterias depende da embarcação, mas pode reduzir o consumo entre 20% e 30%. 

De acordo com o presidente da Sobena (Sociedade Brasileira de Engenharia Naval), Luis de Mattos, o Brasil vem avançando na construção de embarcações com novas fontes energéticas, mas a falta de infraestrutura acaba tornando inviáveis alguns projetos. “Essa é uma questão parecida com a dos veículos elétricos. É preciso haver locais para abastecimento. Não adianta você ter uma nova fonte de propulsão se não tiver como abastecer”, destaca.

Além disso, o desenvolvimento de soluções para a redução das emissões também esbarra em outros entraves, de acordo com Mário Barbosa, gerente de vendas da Wärtsilä Brasil, empresa do segmento de soluções energéticas para o mercado marítimo. Segundo ele, as novas fontes de propulsão são um movimento sem volta, mas o crescimento dessas tecnologias enfrenta problemas relacionados à falta de regulamentação e a um conservadorismo do mercado. “Essa mudança de tecnologia com viés de diminuição de custo operacional e ambiental deve partir de toda a cadeia, de todos os atores do processo”, conclui.

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