Chris standing up holding his daughter Elva
A Selic, taxa básica de juros, que serve de parâmetro para as demais taxas de juros da economia brasileira, está em 6,5% ao ano, o menor patamar da história. Porém, os juros sobre o crédito para a aquisição de veículos não seguem a trajetória de queda, o que prejudica transportadores que dependem dos financiamentos para investir na modernização e ampliação da frota. É o que aponta a nova edição do boletim Economia em Foco, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) nesta terça-feira (24).

Os dados do boletim apontam que as taxas médias, hoje, estão mais altas do que estavam em 2013, quando a Selic era de 7,25% ao ano, ou seja, superior à atual. No começo de 2013, o financiamento de veículos novos para pessoas jurídicas tinha juros médios de 16,41%; neste ano, ficou em 16,44%. Para pessoas físicas, a diferença é ainda maior: a taxa média, que era de 20,32% em 2013, chegou a 22,60% neste ano. “O mercado de crédito é um dos principais motores das atividades produtivas, do setor transportador e do crescimento, e esses entraves se configuram como limitadores significativos da recuperação da economia brasileira”, afirma a Confederação.

Nem a queda na inadimplência tem contribuído para as instituições financeiras reduzirem os custos. Nos dois primeiros meses deste ano, do saldo total de crédito para pessoas jurídicas para aquisição de veículos, 2,7% estavam inadimplentes (ou seja, com atraso superior a 90 dias). No início de 2013, esse valor estava em 4,8%. 

Para a CNT, “o custo de captação dos bancos caiu significativamente nos últimos meses, porém, isso não está chegando ao consumidor final, em especial, ao setor de transporte, que demanda crédito no mercado, principalmente, para aquisição de veículos, com o intuito de ampliar e modernizar a frota nacional. Apesar dos cortes da Selic, da inflação baixa, da queda da inadimplência e dos atrasos, o dinheiro continua muito caro para a maioria dos transportadores”. 

A Confederação Nacional do Transporte avalia, ainda, que é preciso continuar promovendo os ajustes e as reformas estruturais para que a confiança do mercado nas políticas econômicas seja mantida, e a inflação e a Selic permaneçam baixas. 


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