Chris standing up holding his daughter Elva
Transformação é palavra de ordem na indústria de veículos comerciais. Ao mesmo tempo em que o segmento absorve as demandas e desenvolve produtos capazes de atender às necessidades mais proeminentes de transportadores e da sociedade no mundo todo, dita tendências para o amanhã. 

Durante o IAA 2018, o maior salão de veículos comerciais do mundo, realizado em Hannover, na Alemanha, essas tendências ficaram bem claras: conectividade, automação e eletromobilidade.  ?

O objetivo é que a atividade transportadora se torne mais simples, segura, eficiente e sustentável.   

Veja algumas das novidades apresentadas pelas empresas. 

Conectividade e auto?mação 


O motorista já não está mais sozinho ao volante. A tecnologia embarcada em novos caminhões, ônibus e vans pode deixá-lo permanentemente conectado com sua base ou com seus clientes. Os sistemas de novos veículos apresentados no salão podem “conversar” com o do celular. Da palma da mão, é possível travar e destravar portas, abrir e fechar janelas. 

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A nova Sprinter da Mercedes-Benz é um exemplo. Sistemas embarcados permitem programação para que se executem tarefas automaticamente. Além disso, o motorista tem controle de informações pelo celular. 

Os dados sobre o desempenho do condutor ou sobre as condições mecânicas do veículo são monitoradas em tempo real, o que permite que a manutenção seja realizada de forma assertiva, sem gastos desnecessários e sem riscos. Conforme a Scania, que já disponibiliza serviços conectados voltados à gestão da frota, testes já realizados comprovaram redução de custos e aumento da disponibilidade do veículo.  

Câmeras e telas começam a substituir espelhos retrovisores, o que garante visibilidade total do entorno. Radares, sensores e sistemas inteligentes atuam para ajudar a evitar acidentes – como sistemas auxiliares de freio e de curva. São esses equipamentos que detectam ameaças e alertam o motorista do risco por meio de sinais sonoros ou físicos, como o aumento da pressão do cinto de segurança. Caso o condutor não reaja, o veículo reduz a velocidade ou para totalmente, sem qualquer intervenção humana.

O New Actros, da Mercedes-Benz, é um modelo disponibilizado para o mercado europeu em que esses sistemas já estão implantados. 

Divulgação/Mercedes-Benz

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Aliada à automação, a conectividade permite operações de transporte mais seguras e eficientes. Novidade na Europa, o Truck Platooning, algo como comboio de caminhões, é exemplo disso. Um veículo conecta-se, virtualmente, a outro e, em fila, ambos rodam com a mesma velocidade e com uma distância segura entre eles. 

No vídeo, ?Silvio Furtado, diretor de vendas de veículos comerciais e industriais da ZF América do Sul, explica como funciona o Truck Platooning:



Com foco nesse tipo de operação, a Scania, por exemplo, lançou o sistema AiCC, que consegue identificar outro veículo que siga à frente e, utilizando dados do itinerário, ajustar constantemente a distância ideal entre os dois. Para isso, a tecnologia considera, também, a topografia da estrada. Em rodovias planas, por exemplo, a distância entre os caminhões pode ser menor. 

Divulgação/Scania
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Quem dirige?? 


As montadoras também estão investindo no desenvolvimento de veículos totalmente autônomos. Ainda há, no entanto, debates éticos e legais a serem travados antes de vermos esse tipo de novidade rodando por aí. Até lá, a tecnologia deve ser implementada aos poucos: ela começa na forma de sistemas auxiliares e já avança para veículos que fazem certas operações sozinhos, projetados para uso em áreas restritas – como agricultura e mineração.

No Brasil, esse tipo de inovação já é uma realidade. Os primeiros caminhões com tecnologia autônoma foram comercializados neste ano e estão em funcionamento em plantações de cana de açúcar no estado do Paraná. Fabricado pela Volvo, o VM sai da garagem nas mãos de um condutor. Ao chegar à plantação, roda sozinho, sob o monitoramento do motorista. A velocidade é baixa, cerca de 5 km/h. A vantagem da operação é a alta precisão, ou seja, o caminhão anda em um trecho delimitado e não oscila mais do que 2,5 cm para os lados. Isso reduz o dano das rodas sobre a plantação, o que aumenta a produtividade. 

Divulgação/Volvo


Acredita-se que o passo seguinte será levar veículos com autonomia para operação em trechos repetitivos. Mas vislumbra-se um horizonte bem mais distante até que possamos vê-los rodando em cidades e rodovias.

Veja alguns dos modelos apresentados no salão de Hannover:

A Volkswagen apresentou o ID Bus, cujo design foi inspirado na clássica Kombi. Também elétrico, ele seria utilizado somente para o transporte de cargas. 

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A DAF, em parceria com a ZF, demonstrou o Innovation Truck e a Innovation Van. O primeiro é um caminhão que, sozinho, roda, acopla e desacopla o reboque. A segunda é uma van que pode andar e estacionar sozinha. Entretanto, mais que isso, ela se comunica com o entregador (por meio de um par de óculos) para deixá-lo a par das informações necessárias à realização do trabalho.

Divulgação/ZF
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A Volvo apresentou o Vera, um elétrico no qual o reboque pode ser acoplado. O veículo sequer tem cabine. Segundo a montadora, ele deverá funcionar em áreas e rotas restritas. 

Divulgação/Volvo
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E teve, também, o Urbanetic, da Mercedes-Benz, veículo que poderá ser adaptado tanto para o transporte de passageiros quanto de cargas. Também elétrico, a ideia é que ele possa ter uso compartilhado. 

Divulgação/Mercedes-Benz
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Os modelos de veículos totalmente autônomos ainda estão em fases de testes pelas montadoras. 

*A jornalista viajou a convite da Anfavea
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