Patrícia Ramanauskas: “Fui a pilota mais jovem da Azul”
Série Mulheres no Comando conta a história da pilota que aos 17 anos já pilotava aviões acrobáticos e aos 21 ingressou numa companhia aérea
Por Agência CNT Transporte Atual
A história da pilota Patrícia Ramanauskas com a aviação vem do berço. Desde pequena, acompanhava o pai, também piloto. Quando concluiu o ensino médio, não teve dúvida do seu rumo profissional. Aos 16, começou a fazer cursos. Aos 17, já pilotava sozinha aviões do tipo monomotor acrobático. Aos 19, tirou o brevê para a aviação comercial. Entrou, em seguida, na faculdade de ciências aeronáuticas com o objetivo de ingressar em uma companhia aérea. Hoje, aos 24, está há três na Azul e foi a pilota mais jovem da empresa.
Apesar do incentivo e apoio dos pais, a escolha não foi fácil. Ela teve que provar duplamente que era capaz de comandar uma aeronave por ser jovem e por ser mulher. “A gente sempre acaba ouvindo uma piadinha ou outra. Teve um episódio em que eu tive que arremeter devido a um forte vento. É um procedimento de segurança previsto e alheio à vontade do piloto. Eu expliquei aos passageiros os motivos pelos quais arremeti, mas uma senhora falou para a comissária que o fato ocorreu porque eu não tinha sido capaz de pousar o avião por ser mulher. Achei uma pena. Se eu não conseguisse pousar ou decolar, não teria sido contratada por uma empresa aérea”, lamenta.
Ela conta que já houve casos em que, mesmo usando os acessórios dos pilotos, os passageiros acharam que ela era comissária. “Já chegaram a parabenizar o comissário pelo pouso, e não a mim”, lembra. Ainda assim, Patrícia incentiva outras meninas a realizarem o sonho. Ela acredita que, quanto mais as mulheres romperem as barreiras desse universo, predominantemente masculino, mais elas servirão de inspiração. “Eu percebo que a procura das mulheres pela aviação ainda não é grande, porque falta motivação da família e da sociedade. Mas se eu consegui, por que outras não conseguiriam?”
Entre um voo comercial e outro, Patrícia se dedica aos voos acrobáticos. A vontade é participar de campeonatos, mas, para isso, precisa de patrocínio. A vida no setor aéreo está toda registrada na sua conta no Instagram por meio de fotos e vídeos. “Tenho 40 mil seguidores. A maioria é composta por mulheres que pretendem ingressar na carreira. Quem quiser acompanhar o meu trabalho para se motivar pode acessar o meu perfil: paty.inthesky”.
A série Mulheres no Comando continua nesta quinta-feira (8), com histórias marcantes de profissionais do setor rodoviário de cargas e de passageiros