Chris standing up holding his daughter Elva
Startups são empresas que resolvem um problema real da sociedade, com potencial de escala, e que têm como base a tecnologia. O conceito é de Rafael Ribeiro, diretor-executivo da ABStartups (Associação Brasileira de Startups). Ele explica que investir em startups pode representar redução de custos, otimização de processos, inovação e aumento de produtividade para as empresas que comprarem as ideias desenvolvidas por elas. Leia a entrevista.

Como é o mercado de startups hoje no Brasil?

A gente vem falando sobre startups há sete anos. É um mercado que começou em 2011 e vem passando por um processo de amadurecimento. Demoramos um pouco para colhermos os frutos, temos muitos aprendizados que nasceram e morreram. Hoje já temos uma posição mais consolidada, visto que passamos a ter os nossos primeiros unicórnios.

O que são unicórnios? 

O termo é muito falado no Vale do Silício e significa uma empresa que chegou a R$ 1 bilhão de valuation (valor que um investidor oferece pela startup). Diziam que esse processo ia demorar muito para chegar ao Brasil e que dificilmente alcançaríamos esse nível. Em 2018, a Nubank, o 99táxi e o Pagseguro viraram unicórnios. Isso mostra o quanto nosso mercado se consolidou, dá fôlego para que as empresas busquem incentivos e vem abrindo portas para que cada vez mais existam startups no mercado. 

Como podemos definir tecnicamente uma startup?

É uma ideia que resolve um problema real da sociedade, com potencial de escala, e que tem como base a tecnologia. Em uma startup não precisamos de grande número de funcionários. A tecnologia garante o ganho de escalonamento, permitindo que o time seja pequeno. O WhatsApp tinha 50 engenheiros quando começou. A Nama atende o governo de São Paulo e já passou de 8 milhões de atendimentos com uma equipe de apenas 20 pessoas. É a tecnologia que define a startup. É por meio dela que a empresa ganha escala. 

Como se dão as fases de uma startup?

Primeiro, passamos pela fase de curiosidade, quando o empreendedor está ainda querendo empreender, mas não teve uma ideia consistente. Depois, temos a ideação, quando surge a ideia. Em seguida, vem a fase de operação, em que a empresa começa a operar com CNPJ e tem uma equipe de cinco a seis pessoas. A fase de tração chega em seguida, que é quando o time começa a realizar as primeiras vendas. Por fim, temos a fase de Skale-up, que é quando a startup possui mais de cem funcionários e assume problemas de grandes empresas. 

O que tem feito as startups se consolidarem no mercado atualmente?

Eu acho que hoje as empresas estão mais conscientes de qual o momento correto de buscar investidores. Primeiro, elas se consolidam e, depois, correm atrás de investimento. Eu acredito que o empreendedor está mais seguro sobre esse processo. Além disso, o número de investidores tem crescido. 

Por que investir em startups é importante para o desenvolvimento da tecnologia nacional?

É importante porque quanto mais a gente investir, mais sucesso e mais inovação teremos. A gente consegue fazer com que ideias que ficam apenas nos papéis sejam consolidadas no mercado. Muitas vezes, o investimento não é dinheiro, mas, sim, a empresa fazendo negócios. Sabemos que se trata de um mercado de risco, mas também temos um potencial de retorno financeiro alto. Por exemplo, R$ 100 mil podem facilmente se transformar em R$ 2 milhões. Por isso, precisamos conhecer muito bem esse mercado. As orientações da Bossa Nova e da Anjos do Brasil são essenciais para os investidores.  

Quais são os ganhos do investimento em startups?

Sabemos que investir em startups pode representar redução de custos, otimização de processos, inovação e aumento de produtividade. Os empresários precisam ter isso em mente. Se ele precisa reduzir custo e equipe, por meio de tecnologia e novos processos, com certeza existe alguma startup que consegue resolver o problema dele. Às vezes, é melhor comprar uma solução que já está pronta e encarar a startup como parceira. 

Os dados da ABStartups apontam que as empresas possuem, em média, dois anos de mercado. É muito ou pouco tempo?

É muito tempo. Sabemos que esse mercado é bastante intenso. Se imaginarmos que uma startup consegue crescer de 30% a 40% ao mês, imagina em dois anos? A dificuldade das empresas é ganhar escala. Mas em dois anos ela já consegue se posicionar no mercado.

Conecta: prazo para inscrições está no fim


O Conecta, programa de impulso a startups promovido pela CNT em conjunto com o BMG UpTech, recebe inscrições até esta terça-feira (15). A iniciativa vai apoiar o desenvolvimento de empresas que oferecem soluções inteligentes para o setor de transporte e logística e todo o seu ecossistema. As startups selecionadas receberão investimento, mentoria e internacionalização. Além disso, os gestores terão acesso a capacitação. Acesse o site para saber mais: conecta.cnt.org.br.  

Transportadores estão otimistas com o programa Conecta


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