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Resumo da notícia

Reforma da Previdência esteve no centro das discussões do XIX Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, realizado nessa quarta-feira (22).

Participantes do XIX Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas também conheceram simulador de direção e conferiram exposição, em vídeo, sobre o setor de transporte .

A necessidade de aprovação da reforma da Previdência esteve no centro das discussões do 19º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, realizado nessa quarta-feira (22), na Câmara dos Deputados. A CNT e o SEST SENAT participaram do evento por meio dos debates e da exposição “O Transporte Move o Brasil”, que destacou a relevância do setor transportador para o desenvolvimento do país. Os participantes também conheceram e puderam experimentar o simulador de direção, tecnologia utilizada no treinamento de motoristas nas Unidades do SEST SENAT. 


O vice-presidente da CNT, Flávio Benatti, representou a Confederação no evento e foi enfático ao tratar sobre a necessidade de aprovação das reformas estruturantes. “A reforma da Previdência é fundamental para o Brasil. Precisamos ter a consciência de que ela é necessária para que o crescimento do país se torne viável. Com a aprovação, discussões como fretes baixos, por exemplo, ficarão no passado”, afirmou. 

A opinião foi corroborada por um dos sócios da XP Investimentos, Daniel Cunha. Ele avaliou que a reforma será vital para que a economia seja destravada. “Estimamos um crescimento de 3% ao ano após a aprovação da MP 871/2019, que tramita no Congresso Nacional. Isso representa um crescimento de US$ 150 bilhões, que poderiam ser revertidos para a infraestrutura do país”, ponderou. 

Narciso Figueiroa Júnior, assessor jurídico da NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), destacou que a reforma é importante, porque interessa a todos os cidadãos, aos estados, aos municípios e ao empresariado. “Estamos em um momento em que o Brasil precisa tomar, de uma vez por todas, o rumo do crescimento”, disse. Para tanto, lembrou dos pilares da medida provisória enviada à Câmara. Entre eles, estão: combate às fraudes, redução da judicialização e equidade.  

O secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, ressaltou, em sua fala, que a necessidade de aprovação da reforma é reconhecida também pela sociedade. “No passado, 70% da população tinha dúvidas sobre a necessidade de reestruturação do sistema previdenciário. Agora, mais de 60% da sociedade considera que o tema é vital”, explicou. A justificativa, segundo ele, é que a deterioração fiscal vem sendo sentida na pele pelos brasileiros. “Temos que deixar de dividir o Brasil entre nós e eles. Quem gera empregos nesse país é quem empreende e quem tem coragem de ir à luta. Esse é um risco que não dá para mensurar”, defendeu para uma plateia repleta de empresários do setor transportador. 


Infraestrutura

Outro assunto debatido no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, foi a infraestrutura de transportes brasileira. O diretor-adjunto do SEST SENAT, Vinícius Ladeira, representando a CNT, disse que o entendimento da Confederação é sempre pela busca da melhoria da qualidade dos sistemas de transporte do país. “Quanto mais eficiente o transporte, mais segurança para os usuários. É necessário que se faça adequação não somente das rodovias mas também de todos os modais, para que haja redução no custo do setor como um todo. O SEST SENAT também está inserido nesse processo e está preocupado tanto com a infraestrutura quanto em oferecer qualidade para quem opera o transporte”, explicou.

Ladeira lembrou da histórica falta de investimentos em infraestrutura pelo governo, cenário agravado pela crise econômica e pela insuficiência de recursos públicos. “Hoje, o governo investe algo em torno de 0,17% do PIB (Produto Interno Bruto) em infraestrutura de transportes. A CNT considera que seriam necessários cerca de 2%. Ou seja, os investimentos estão aquém do que o país necessita.” 

O diretor ressaltou, ainda, que somente 12,4% das rodovias brasileiras são pavimentadas. Levando-se em consideração a distribuição da malha no país, os números equivalem a 25 km de rodovias pavimentadas para uma área de 1.000 km². Nos Estados Unidos, por exemplo, país com dimensão territorial semelhante à do Brasil, o número é de 437 km a cada 1.000 km². “Para além disso, a malha rodoviária cresceu somente 8,4% entre 2008 e 2018, enquanto a frota de veículos cresceu mais de 80%”, lembrou.

O secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, afirmou que, mesmo em um cenário de poucos recursos, a cartela de investimentos e concessões previstas pelo Executivo é robusta. Para isso, disse que as parcerias com a iniciativa privada e com fundos internacionais são essenciais. “O Brasil parou de crescer porque não tem infraestrutura suficiente para escoar. Temos um programa grande de projetos, mas não temos condições de avançar sem as parcerias”, concluiu.

Reportagem: Evie Gonçalves

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