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Nos domínios da política e da economia, o ano de 2025 já se inicia acelerado, retratou o analista da LCA Consultoria Econômica Ricardo Ribeiro, em palestra promovida pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) nessa quarta-feira (18). Doutor em Ciência Política pela USP (Universidade de São Paulo), Ribeiro falou a lideranças do setor de transporte que o acompanharam presencialmente ou online.

Diante da aprovação do texto-base do pacote fiscal na Câmara dos Deputados, na terça-feira (17), Ribeiro ponderou: “Estamos vivendo um momento decisivo. Muito do que vai acontecer (no próximo ano) depende da reação do governo. A dúvida é se o governo está disposto a entregar um ajuste mais duro. Sabe-se que o superávit será próximo a zero, ou seja, dentro da meta, porém é insuficiente para conter as expectativas (do mercado)”.

Segundo o especialista, trata-se de uma crise de confiança, que se traduz em juros elevados (hoje, a taxa Selic está em 12,25% ao ano) e, consequentemente, em crescimento econômico limitado. “Conviver com uma taxa tão elevada esfria a economia”, disse. Ribeiro confirmou que a LCA precisou revisar para baixo suas projeções, de modo que, agora, “vê o PIB (Produto Interno Bruto) crescendo 2,3%, em 2025, e 1,7%, em 2026”.

Do ponto de vista político, Ribeiro acredita que o governo tende a acomodar, em sua base, mais forças do campo centro-direita. “O predomínio da direita (pós-eleições municipais) é um evento que influencia a percepção dos agentes políticos e dos eleitores. A meu ver, a primeira reação política a essa sinalização de força é, justamente, a possibilidade de uma reforma ministerial logo no início de 2025”, apostou.

A conjuntura internacional também tem poder de impactar o Brasil nos próximos meses. De forma positiva, ele menciona a possibilidade de concretização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o que tende a favorecer o agronegócio nacional e, de forma indireta, o setor de logística e infraestrutura. Porém, há um longo caminho de tratativas para superar as resistências, sobretudo, a dos franceses.

A eleição do presidente Donald Trump, nos EUA, também foi tratada pelo consultor, que, no entanto, preferiu não cravar previsões. “Trump falou em taxar produtos brasileiros. Sobre isso, há duas expectativas. Uma é que seus avisos não serão cumpridos integralmente – seriam mais uma forma de pressão para negociar com condições mais favoráveis. Porém, Trump assume com uma posição muito forte de poder e pode, sim, taxar Brasil, China e outros. Isso prejudicaria a economia mundial e é motivo de preocupação”, concluiu.

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