Em virtude de sua reconhecida capacidade técnica e analítica, a CNT (Confederação Nacional de Transporte) foi convidada pelo TCU (Tribunal de Contas da União) a oferecer subsídios que contribuam para elaboração de um estudo sobre o panorama do transporte ferroviário no Brasil e o mercado doméstico de cargas.

No encontro realizado nessa quarta-feira (11), na sede do Sistema Transporte, em Brasília, Geovaldo de Oliveira e Kauê Lunard Kawashita, auditores do TCU, explicaram ao diretor de Relações Institucional da CNT, Valter Souza, e ao diretor executivo da entidade, Bruno Batista, que esse estudo servirá como instrumento de fiscalização, de modo a subsidiar a área técnica do Tribunal, inclusive, para a realização de auditorias. 

Segundo Geovaldo, essa iniciativa objetiva identificar e caracterizar o potencial ferroviário subutilizado do mercado doméstico de cargas, por meio do levantamento das características e das necessidades do mercado de distribuição interna e da produção nacional que sejam compatíveis com o transporte ferroviário. 

Para contextualizar a situação atual no Brasil, Valter Souza detalhou o panorama geral do transporte ferroviário que, para a CNT, representa um importante mecanismo de crescimento e dinamização econômica, em virtude da redução dos custos do transporte de mercadorias nas grandes cidades brasileiras. Contudo, mesmo sendo vital para o país, o transporte ferroviário de cargas enfrenta os efeitos negativos de gargalos físicos e institucionais que impedem a sua expansão e a melhoria da sua eficiência. 

Nesse sentido, o diretor de Relações Institucionais elencou algumas propostas da CNT que buscam consolidar o modal ferroviário como um meio de deslocamento de cargas no Brasil, estimulando, também, a promoção da intermodalidade. É o caso, por exemplo, da renovação antecipada dos contratos das concessões ferroviárias; e da expansão da malha ferroviária, com destaque para a Nova Transnordestina, a FICO e a FIOL. 

Como subsídio técnico, o diretor executivo apresentou publicações da Confederação que podem auxiliar o TCU. É o caso do Painel CNT do Transporte – Modal Ferroviário, que traz os principais indicadores relacionados ao segmento ferroviário de cargas. Bruno Batista citou a série da CNT sobre terminais de carga no Brasil, um mapeamento inédito a partir da compilação de dados e informações sobre esses complexos.

Ele apresentou, também, o Atlas CNT do Transporte, que mostra a distribuição da rede de transporte no território nacional, com informações sobre a infraestrutura e a operação dos sistemas rodoviário, ferroviário, aquaviário, aeroviário, além da integração multimodal; e a última Pesquisa CNT de Ferrovias, que traça um panorama do transporte ferroviário no Brasil e identifica os principais desafios do setor.

Também participaram da reunião com o TCU as gerentes executivas da CNT, Danielle Bernardes e Fernanda Schwantes, e a assessora Maria Carolina Noronha.