A CNT (Confederação Nacional do Transporte) lança, nesta quarta-feira (16), o 4º Painel CNT do Transporte, contemplando o modal rodoviário. Trata-se de uma ferramenta para a consulta dinâmica de indicadores e análise de informações do setor transportador. A partir do painel, podem ser observados, dentre outros, a demanda de passageiros no segmento rodoviário e os dados de produção, licenciamento e exportação de veículos no Brasil. Também é possível identificar indicadores relacionados à frota de veículos no Brasil e à malha rodoviária federal, além dos números e do perfil dos condutores habilitados no país.
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A produção de veículos no país foi impactada no auge da crise. Em abril deste ano, o número de veículos produzidos foi praticamente zerado, com queda de 99,0% (1.847), na comparação com o mês anterior (março), quando foram produzidos 189.958 veículos. Em relação a abril de 2019, a retração foi de 99,3%. Mas o setor vem reagindo nos últimos meses e, em outubro de 2020, alcançou a marca de mais de 236,5 mil veículos produzidos, superando até mesmo a produção do início do ano: em janeiro, foram 191,7 mil; e, em fevereiro, 204,2 mil. Ainda assim, a produção no mês de outubro de 2020 foi 18,0% menor do que no mesmo mês de 2019.
Do mesmo modo, as exportações sentiram o abalo da crise, registrando, em abril deste ano, queda de 76,6% em relação ao mês de março. No mês de abril, foram 7.212 veículos exportados. No mês seguinte, maio de 2020, essa queda foi ainda mais intensa, com apenas 3.870 veículos comercializados para o exterior. A exemplo da produção, porém, o setor reagiu e, em outubro de 2020, conseguiu exportar 34.882 veículos, o que equivale a uma alta de 16,4% na comparação com o mesmo mês em 2019.
O presidente da CNT, Vander Costa, afirma que o Painel Rodoviário sistematiza e dá publicidade a dados e informações sensíveis para os transportadores e a sociedade, especialmente em um momento no qual todo o Brasil busca se recuperar da crise do novo coronavírus. “Apesar da sua vocação rodoviarista, o Brasil precisa evoluir ainda mais no transporte rodoviário, seja de passageiros, seja de cargas, já que as principais riquezas do país são movimentadas por esse modal. A pandemia evidenciou problemas históricos do setor e provocou perdas expressivas no volume de passageiros e na comercialização de veículos. O painel ilustra bem esse cenário, mas revela também que estamos encerrando esse difícil ano com sinais de recuperação.”
Ao consultar o painel, constata-se que o auge da crise provocada pela pandemia da covid-19 atingiu fortemente o segmento rodoviário regular de passageiros. Em abril deste ano, o segmento registrou queda de 77,5%, na comparação com o mês anterior, totalizando pouco mais de 904 mil passageiros. Em relação ao mês de abril em 2019, a queda foi de 85,9%. No primeiro mês do ano de 2020, eram transportados cerca de 7,4 milhões de passageiros.
A partir de maio de 2020, o setor começou um processo de lenta recuperação, registrando aumento de 22,5% em relação a abril e elevação de 16,5% em julho, na comparação com o mês anterior. Ainda assim, a perda na demanda de passageiros no ano foi acentuada. Em setembro, por exemplo, quando comparado com o mesmo mês em 2019, a retração foi de 76,4%, mostrando que o segmento tem um longo caminho para retomar os patamares pré-crise. No acumulado de janeiro a setembro de 2020, foram transportados 25,1 milhões de passageiros; enquanto que, em 2019, no mesmo período, foram transportados 59,8 milhões de passageiros, uma queda de 58%. Novas atualizações serão realizadas mensalmente.
- A frota de veículos no Brasil, em 2020, chegou a 107,2 milhões de veículos. A região Sudeste responde por 48,2% do total da frota, sendo que São Paulo tem 28,6% do total de veículos.
- No Brasil, hoje, existem 74,7 milhões de condutores habilitados, sendo 48,3% na categoria B; 33,6% na AB; e 4,0% na D. Em relação ao gênero dos condutores, 65,2% são homens. A faixa etária predominante é entre 31 e 40 anos (19,5 milhões).
- O país possui 120.767,3 km de malha rodoviária federal (somadas as extensões pavimentada, não pavimentada e planejada). Desse total, 64,0 mil km são pavimentados. Minas Gerais concentra 12,6% de toda a extensão pavimentada, seguido da Bahia, com 9,9%.