Chris standing up holding his daughter Elva

Como signatário do Acordo de Paris, o Brasil assumiu o compromisso de diminuir em 53% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030. Para realizar essa meta ambiciosa, o país pode optar por diversas alternativas energéticas. Uma das mais promissoras a curto prazo é o diesel verde, também conhecido como diesel renovável, que difere tanto do diesel mineral (de origem fóssil) quanto do biodiesel de base éster, e apresenta vantagens em relação a ambos para o abastecimento de veículos pesados. 

Com o objetivo de esclarecer suas principais vantagens aos transportadores, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) lança, sexta-feira (24), a publicação técnica Diesel Verde – Uma opção de baixo carbono para caminhões e ônibus rodoviários. Trata-se da quarta edição da Série CNT Energia no Transporte, que já abordou as fontes: hidrogênio renovável, eletromobilidade e biometano.

O trabalho mostra que o grande diferencial do diesel verde é sua composição química, que o torna totalmente compatível (drop-in) com os atuais motores a diesel de ônibus e caminhões, sem a necessidade de modificações no sistema, por ter uma estrutura de moléculas semelhante à do seu equivalente de origem fóssil – o diesel mineral. 

Obtido a partir de resíduos orgânicos ou biomassa, o diesel verde é renovável e, em sua combustão, emite menos gases considerados nocivos à saúde humana e ao meio ambiente, tais como hidrocarbonetos (HC), monóxido de carbono (CO), óxidos nitrosos (NOx) e material particulado (MP). O país tem grande potencial para produzi-lo, uma vez que é abundante em matérias-primas fundamentais ao seu processo produtivo, como óleos vegetais e gordura animal, e pode até se tornar um fornecedor mundial do insumo. Cabe destacar que a produção de diesel verde é realizada a partir de diversas tecnologias, sendo o hidrotratamento na presença de hidrogênio a mais difundida mundialmente. Esse processo leva à obtenção do óleo vegetal hidrotratado (HVO, da sua sigla em inglês), que pode ser abastecido em veículos pesados. 

Para dar um passo na sua oferta nacional, o parque produtivo carece de investimentos nas infraestruturas de refinarias ou na construção de novas biorrefinarias dedicadas. Além disso, faltam políticas públicas que estimulem a sua produção e o seu consumo em escala nacional. 

A publicação traz, ainda, gráficos e comparativos, com base em dados coletados em diversos países, que demonstram o desempenho ambiental do diesel verde em veículos que não precisam sofrer modificações mecânicas.  Em todos os cenários levantados em veículos de ciclo diesel, a performance energética foi positiva em termos de eficiência e redução de emissões associadas nos diferentes ciclos de condução.  

Com mais esse material, a CNT contribui para o debate sobre transição energética e demonstrar que o país não precisa se a ater a uma única opção se o objetivo for descarbonizar o setor de transporte. 

Acesse o conteúdo:

Diesel verde – Uma opção de baixo carbono para caminhões e ônibus rodoviários

Conheça outras análises da Série CNT Energia no Transporte 

Hidrogênio Renovável – Uma das rotas para descarbonizar o transporte rodoviário, 2023

Eletromobilidade – Uma das soluções para alcançar a neutralidade de carbono, 2022

Biometano – Uma alternativa limpa para o modal rodoviário, 2021

Vantagens do uso de diesel verde em ônibus e caminhões


  • reduz as emissões de gases de efeito estufa e de poluentes, contribuindo com o combate do aquecimento global e mudanças climáticas;
  • dispensa modificações nos motores de veículos a diesel, por ser drop-in
  • apresenta propriedades físico-químicas que tornam o processo de combustão eficiente;
  • conta com especificações já publicadas pelo governo brasileiro;
  • aumenta a oferta de fontes renováveis para abastecimento de veículos pesados;
  • incentiva a economia local ao utilizar biomassas e resíduos para a sua produção;
  • aproveita infraestruturas existentes de refinarias para viabilizar a sua oferta; 
  • dispõe de veículos já certificados para o seu uso;
  • impulsiona o Brasil em termos de liderança na produção de energia limpa; e
  • aumenta a segurança energética nacional.


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