O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Efrain Pereira da Cruz, representou o ministro Alexandre Silveira, nessa quarta-feira (05), durante reunião com os integrantes da Coalizão pela Competitividade do Gás Natural Matéria-Prima (CCGNMP), da qual a CNT (Confederação Nacional do Transporte) faz parte. Na ocasião, o grupo apresentou a primeira fase do estudo sobre aproveitamento do gás natural do pré-sal, cujo objetivo é contribuir para o aumento da disponibilidade e da competitividade dessa matéria-prima por meio da redução da quantidade de gás reinjetada nos poços de petróleo durante a sua extração.
A análise técnica tem ainda a finalidade de propor soluções aos entraves relacionados à infraestrutura, logística e regulação desse fluido. A ênfase é assegurar quantidades suficientes e preços competitivos para o seu uso múltiplo no transporte, na indústria química e na produção de fertilizantes. Como representante do setor de transporte e integrante da CCGNMP, a CNT defende a necessidade de viabilização de gasodutos para o escoamento e distribuição do gás até as indústrias, bem como a implantação de infraestrutura para o abastecimento de gás natural veicular (GNV), além da sua utilização no transporte rodoviário. Nesse sentido, o uso desse fluido pode contribuir para o alcance das metas assumidas pelo Brasil na descarbonização.
De acordo com a Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), a falta de infraestrutura essencial é o principal motivo para o Brasil reinjetar nos poços 50% de sua produção de gás natural. Segundo a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), se a reinjeção nos campos do pré-sal fosse reduzida para o limite máximo de 20% (percentual próximo à média mundial), o aproveitamento do gás poderia trazer benefícios a diversos setores produtivos. Estima-se que essa melhor captação seja capaz de promover um aumento no PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 401,3 bilhões, incluindo efeitos diretos, indiretos e induzidos.
Na reunião no MME, o presidente da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial), Joaquim Maia, ressaltou que “o Brasil precisa saber o que é o gás e o que ele representa como benefício para o país". Amparado nos dados do estudo, o presidente executivo da Abiquim, André Passos, reforçou o coro ao dizer que “estamos perdendo um potencial gigantesco que está sendo queimado na plataforma por falta de infraestrutura de aproveitamento para separar as frações líquidas do gás”, disse.
O secretário Efrain Cruz, disse aos presentes que o ministro está empenhado em tornar a proposta realidade. “Contamos com apoio da Coalizão para o projeto do governo que está alinhado com o que vocês solicitam”, destacou. A fala do secretário foi em referência às medidas na área que está prevista para ser lançada em breve. A expectativa é que a política viabilize o aumento da competitividade e do uso do gás natural como matéria-prima. O grupo de trabalho focado no gás natural tem se encontrado periodicamente com diferentes atores do poder público, desde o início deste ano, para mostrar a relevância econômica, social e em termos de sustentabilidade, caso se concretize a captação da matéria-prima em todo o seu potencial.