Esse coronavírus tem duas características: disseminação rápida e letalidade baixa.
Detectado pela primeira vez na China, em dezembro, em menos de três meses infectou cerca de 80 mil pessoas e causou mais de 2,6 mil mortes naquele país. Em poucas semanas, o vírus viajou para o Japão, Coreia do Sul, Singapura, Filipinas, Vietnã, Tailândia e outros países asiáticos.
Mesmo assim, a insegurança se espalhou pelo mundo – e pelas bolsas de valores – com a notícia de que no último fim de semana de fevereiro o número de casos na Itália quadruplicou, em dez cidades nas proximidades de Milão e Veneza, a partir das quais o vírus se espalharia para outras regiões e para países vizinhos. O período de incubação de 3 a 14 dias e a possibilidade de transmissão na ausência ou na presença de sintomas mínimos dificultam o controle sanitário. Não será recomendável isolar nenhum país. Estudo publicado pela London School of Hygiene and Tropical Medicine calculou que em cada 100 viajantes infectados, 46 podem passar despercebidos pelos aeroportos de saída e de entrada.
Embora já haja estudos com vacinas, não há evidências de que chegarão a tempo de imunizar todos. Da mesma forma, a indústria farmacêutica não conseguirá concluir os testes com novos medicamentos em tempo hábil para proteger os mais velhos.
E nós, agora que surgiu o primeiro brasileiro infectado?
A infraestrutura do SUS será suficiente para atender a todos? Vai depender do número de doentes graves. Se forem milhares é provável que não, razão pela qual todos os esforços da sociedade e das secretarias de saúde devem estar concentrados na prevenção. Até agora, pelo menos, as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde têm sido irrepreensíveis.
Além dos cuidados óbvios como lavar as mãos, não tossir nem espirrar na cara dos outros e usar máscara ao cuidar de um familiar doente, é preciso não perder a racionalidade. Correr para o pronto-socorro ao primeiro sinal de tosse ou febre é o pior a fazer. As epidemias de gripe têm demonstrado que as aglomerações nas salas de espera das unidades de pronto atendimento são o lugar ideal para quem gosta de ficar gripado. Só devem procurar os hospitais aqueles que sentirem falta de ar e aumento da frequência respiratória. Na quase totalidade dos casos, os resfriados causados pelo coronavírus atual deverão ser tratados em casa, do jeito que nossas bisavós recomendavam: repouso e canja de galinha.
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