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A economia brasileira deve desacelerar em 2025, diante de uma redução da massa de renda da população, em função de uma estabilização na transferência de recursos para a população de baixa renda por meio de programas sociais, como o Bolsa Família. Uma interrupção nos cortes da taxa de juros também deve contribuir para esse cenário de menor crescimento econômico. Há ainda a previsão de redução da produção industrial no próximo ano e de safra recorde de soja.

Essa conjuntura foi apresentada durante a palestra “Cenário macroeconômico no Brasil: desafios e oportunidades para o setor transportador”, ministrada, nessa quarta-feira (4), pelo diretor de Macroeconomia da LCA Consultoria Econômica, Fernando Sampaio. O evento, preparado a pedido da CNT (Confederação Nacional do Transporte), foi direcionado a representantes do setor na sede do Sistema Transporte, em Brasília (DF).

De acordo com o especialista, a economia brasileira tem passado por imprevistos que vêm ocorrendo também no cenário internacional. Entre eles, a desvalorização da moeda, que tem ocorrido em todas as economias emergentes. “Porém, a alta no Brasil foi claramente mais significativa”, afirmou.

Sampaio explicou que essa diferença se deve, em grande parte, à incerteza em relação à condução das políticas fiscal e monetária no Brasil. “As perspectivas pioraram em relação às contas públicas do governo”, disse.

O economista apontou que a desconfiança em relação à política econômica brasileira é alimentada pela decisão de realizar um ajuste fiscal de forma mais gradual do que a sinalizada no início do atual governo. Além disso, há dificuldades políticas para cortar gastos e aprovar medidas de aumento perene da receita, que dependem da aprovação do Congresso Nacional.

“Será necessário um grande esforço para cumprir a meta fiscal; e o governo reagiu à perda de credibilidade sinalizando que vai reduzir gastos neste ano e no ano que vem. Mas, para atingir a meta, talvez seja necessário cortar ainda mais. A despesa pública já está no limite máximo e parece que os gastos com a Previdência estão subestimados”, avaliou o especialista.

Fernando Sampaio acredita que algumas das previsões para 2025, como a arrecadação de fundos de investimentos e offshores, não devem se repetir. Além disso, lembrou que outra parte das receitas projetadas para o próximo ano depende da aprovação do Congresso, como as compensações adicionais pela desoneração da folha de pagamento de 17 grandes setores da economia brasileira.

Por fim, Sampaio citou que o crescimento no segundo trimestre de 2024 deve ser acima das expectativas de mercado. Segundo ele, a corrida para entregar obras deve ter ajudado a aquecer a economia neste primeiro semestre e, em seguida, deve vir uma “ressaca”, com a redução dos investimentos públicos.

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