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Em entrevista à Revista CNT Transporte Atual, Vander Costa, presidente do Sistema Transporte, faz um balanço do marco histórico dos 70 anos da Confederação Nacional do Transporte, celebrado em 2024, e projeta os desafios e as oportunidades para o setor transportador em 2025. Na conversa – que será publicada na íntegra, na próxima edição da revista, prevista para o início de fevereiro –, Vander Costa aborda temas como a regulamentação da reforma tributária, a importância do acompanhamento das questões fiscais e os avanços nos investimentos em infraestrutura, com destaque para as concessões de rodovias, portos e hidrovias.

Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista.

Revista CNT | Em 2024, em razão do aniversário de 70 anos da CNT, assistimos a uma série de homenagens, com destaque à sessão solene realizada no Senado Federal. O Sistema Transporte começa o ano com mais força institucional e reconhecimento pelo trabalho prestado ao país?

Vander Costa | Foi um ano de muito trabalho, e houve momentos de festa. Nós começamos a comemorar os 70 anos ainda em janeiro, com a equipe do Sistema Transporte. A própria ideia de “sistema” é algo que se buscou consolidar, de modo a envolver a CNT, o SEST SENAT e o ITL. Essas Instituições atuam em complementaridade, e não em concorrência, cada uma com sua função. Daí a importância de se ter reunido as três casas. Depois, em junho, houve um grande evento, prestigiado por empresários do setor de transporte e autoridades da República. E o ápice foi a sessão solene do Congresso Nacional, em outubro, em que, literalmente, o Plenário do Senado Federal ficou lotado, com pessoas em pé. Além disso, houve forte exposição na mídia. Foi cumprido, assim, o objetivo de dar visibilidade à CNT – e continuamos com o objetivo de fazer com que o Sistema Transporte seja mais conhecido pelo brasileiro.

Revista CNT | O ano de 2025 começa com uma inovação importante, que é a regulamentação da reforma tributária, recém-sancionada pelo presidente da República. Como foi a atuação da CNT em prol dos transportadores?

Vander Costa | A regulamentação foi acompanhada por nós ao longo de todo o ano passado. Em que pese a reforma tributária tenha vindo à luz com a Emenda Constitucional nº 132, de 2023, a regulamentação dos dispositivos é tão ou mais importante, porque entra no detalhe. Tudo aquilo que a Emenda colocou de parâmetro, de princípio, a regulamentação vem para dar aplicabilidade. E nós não podemos baixar a guarda, porque houve importantes avanços com relação ao setor de transporte, sobretudo no segmento de passageiros. É um trabalho ininterrupto.

Revista CNT | Quais outros assuntos merecem acompanhamento institucional da CNT?

Vander Costa | Algo que precisamos estar sempre atentos é o arcabouço fiscal. O chamado pacote de redução de gastos do governo, que veio à tona com a Emenda Constitucional nº 135, promulgada pelo Congresso em dezembro, não corta efetivamente gastos. Ele vai no sentido de buscar equilíbrio fiscal por meio do aumento da receita do governo, o que significa aumento da carga tributária. Mais especificamente, limitou-se o crédito tributário decorrente de PIS (a contribuição feita mensalmente pelas empresas que custeia auxílios trabalhistas, tais como seguro-desemprego) e Cofins (contribuição que custeia gastos com a seguridade social dos trabalhadores de empresas privadas). Trata-se de tentativa semelhante à realizada pelo governo quando quis discutir a desoneração da folha de pagamento (e, por fim, decidiu-se pela retomada gradual da tributação até 2027). A CNT precisa estar sempre atenta, em nome de um ambiente de negócios saudável.

Revista CNT | Ainda sobre investimento em infraestrutura de transporte, o senhor tem sido uma voz otimista, apontando que, se o aporte for continuado, podemos esperar uma melhora sensível no futuro.

Vander Costa | Continuo pensando dessa forma. Se nada atrapalhar, a gente vai continuar crescendo de 2,5% a 3%, porque esse é um crescimento “contratado”. E nunca se realizaram tantas concessões de ativos de infraestrutura. Então, o governo segue a linha que sempre defendemos: a de privatizar o que é possível ser privatizado. Se houve dúvida sobre isso, o presidente Lula a afastou de pronto. Como não há recurso público para tudo, vamos privatizar o que é “privatizável”. Vamos ter diversos leilões de rodovias, que são o destaque, mas também de portos e aeroportos.

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