O primeiro dia do programa acadêmico da Missão Internacional do Transporte – Singapura 2023 foi de imersão no campus do IMD (International Institute for Management Development).
Misiek Piskorski, professor de estratégia digital do Instituto, buscou desmistificar o processo de transformação digital nas empresas. Segundo ele, o cenário empresarial do mundo moderno está sendo moldado por uma nova realidade, baseada em tecnologia e dados. De acordo com ele, é um fator crucial conhecer a fundo os clientes e entender como eles funcionam.
Nesse contexto, ele ressaltou que acompanhar os processos de transformação digital se tornou uma questão de sobrevivência para organizações de todos os tamanhos e setores. "Diante das rápidas mudanças no mercado e das crescentes expectativas dos clientes, a capacidade de se adaptar e inovar se tornou mais crucial do que nunca."
Piskorski detalhou o estudo de caso da gigante farmacêutica Bayer que, a partir do momento em que comprou a Monsanto, multinacional de agricultura e biotecnologia, conseguiu elevar o seu patamar no que diz respeito à transformação digital dos seus processos.
A partir dessa experiência e daquilo que definiu como tripé 'sensores, plataformas e aplicativos', Piskorski listou os seguintes conselhos para as empresas:
O professor afirmou que as empresas de transporte devem diversificar seu portfólio de produtos. Ele apresentou o caso da Grab, o Uber de Singapura. A empresa concede empréstimos para motoristas e usuários, com análise de risco do crédito baseado no perfil de cada um, como nota do motorista e do usuário no aplicativo, rotas mais percorridas e como o motorista reage a incentivos econômicos. Também citou os casos de marketplace do Alibaba e Aliexpress.
Na segunda sessão do dia, a professora Marleen Dieleman, ao falar das lições asiáticas, explicou que, quando o assunto é inovação nos negócios familiares, a maioria das famílias empreendedoras possui uma vasta gama de empresas que abrangem diferentes indústrias, o que altera consideravelmente a dinâmica.
Ela explica que outras famílias venderam o negócio original e são investidores ativos ou filantropos. Portanto, pode não haver nenhum negócio legado. “A intrincada dinâmica de grandes agrupamentos ligados por laços de parentesco ainda é em grande parte inexplorada pelos estudiosos das empresas familiares. Assim, vimos a necessidade de expandir a literatura sobre empresas familiares para o domínio do que chamamos de ‘famílias empresárias”, afirmou Marleen.
Segundo a professora, negócios familiares podem permanecer à frente se eles tiverem os níveis corretos de governança. “Mas é fundamental que essas empresas encarem as suas lacunas antes que elas se tornem obstáculos”, disse.
Organizada pelo Sistema Transporte (CNT, SEST SENAT e ITL), a Missão Internacional de Singapura possibilita que, até o próximo dia 18 de novembro, uma delegação de empresários e gestores das maiores empresas de transporte do Brasil frequente o campus do IMD em Singapura, bem como realize visitas estratégicas a empresas e órgãos singapurenses.