Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado nesta quarta-feira (28), aponta a necessidade de o Brasil ampliar investimentos para fortalecer o crescimento da produtividade. O documento destaca, ainda, outras medidas que podem ser decisivas para a expansão da economia do país.
Conforme o documento, “o investimento em infraestrutura é particularmente importante. Entre 138 países, o Brasil ocupa atualmente a 116ª posição em qualidade de infraestrutura, de acordo com a última pesquisa do Fórum Econômico Mundial, após anos perdendo terreno para outros países. Deficiências de qualidade são comuns a muitas áreas de infraestrutura”, diz a OCDE. A organização ainda destaca dado da Pesquisa CNT de Rodovias, da Confederação Nacional do Transporte, indicando que o Brasil tem uma média de 25 km de malha pavimentada para cada 1.000 km
2 de rodovias.
Outro problema pontuado é a dificuldade de acesso a financiamentos e os altos custos de crédito para realização de projetos de infraestrutura, além do fato de que a maior parcela dos valores disponíveis (81%) provém de bancos públicos. “Caracterizados por prazos particularmente longos, 53% dos empréstimos para infraestrutura foram estendidos pelo BNDES, cujos recursos serão insuficientes para cobrir as necessidades futuras de infraestrutura.” Para enfrentar esse problema, a OCDE defende que um mercado de crédito privado e competitivo levaria a melhores resultados. “O BNDES poderia evoluir, deixando de ser a principal fonte de financiamento de infraestrutura no Brasil para servir como catalisador da mobilização de financiamento privado, inclusive do exterior”, afirma o relatório.
Também é necessária a melhoria do ambiente de negócios para aumentar o retorno dos investimentos, o que, na avaliação da organização, está diretamente atrelado à realização de reformas estruturantes. “Além das dificuldades para se ter acesso a financiamentos, o baixo nível de investimentos do Brasil reflete um ambiente de negócios desfavorável, aumentando custos e cerceando o retorno dos investimentos”.
Já a Reforma da Previdência é destacada como “elemento mais urgente do ajuste fiscal”. Segundo o documento, o sistema previdenciário brasileiro custa 12% do PIB (Produto Interno Bruto), percentual considerado elevado, dado que a população do Brasil ainda é jovem.
As outras medidas apontadas como cruciais para o crescimento consistente da economia nacional são estabilizar a dívida pública e garantir que a inflação permaneça próxima da meta; aperfeiçoar a eficácia dos gastos públicos e, em particular, as transferências públicas para dar continuidade ao avanço social; ampliar a integração com a economia global.