A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou, nesta quinta-feira (13), os resultados da Pesquisa de Impacto no Transporte - Enchentes no Rio Grande do Sul. Os dados inéditos mostram que, das empresas que conseguem estimar os impactos neste momento, 54,2% das transportadoras gaúchas precisarão de algum apoio financeiro em até um mês, para continuarem as suas atividades. Apontam, ainda, que 52,0% delas apostam em linhas de crédito, com taxas de juros reduzidas, para se reerguerem. Apesar dos prejuízos, 53,8% das empresas do setor mantiveram seu quadro de empregados sem alteração, até este momento.
As informações – coletadas de 23 a 31 de maio – revelam a situação atual de 171 empresas de todas as modalidades de transporte no estado. Dentre os empresários entrevistados que conseguem inferir o tempo necessário para atingir a normalidade de suas atividades, 20% levarão de 90 a 180 dias para essa normalização. Quase um terço das empresas (31,6%) teve sua operação parcial ou totalmente paralisada por mais de 15 dias, desde o início da calamidade.
Para 95,3% dos entrevistados, o impacto das enchentes foi negativo para suas empresas, sendo que 49,1% deles reportaram danos ou perdas de ativos devido à calamidade. Desse total, 54,8% indicaram que foram perdas relativas a veículos e implementos; e 36,9% indicaram prejuízos com garagens ou pátios.
Mais de dois terços das empresas consultadas (63,2%) tiveram condições de atuar em ações de auxílio à população atingida pelas enchentes, mesmo enfrentando os impactos da tragédia.
Setor mobilizado
De posse das informações sobre o cenário do setor no Rio Grande do Sul, a CNT está dando andamento a uma série de iniciativas para tornar mais eficazes as medidas junto aos transportadores impactados pelas enchentes. Esses resultados foram apresentados nessa quinta-feira (13), pelo diretor executivo da CNT, Bruno Batista, durante evento promovido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em Porto Alegre, com a participação do Sistema Transporte.
As enchentes provocadas pelas fortes chuvas nos meses de abril e maio atingiram pelo menos 476 municípios dos 497 do estado. O transporte é um serviço essencial para garantir o abastecimento de produtos, possibilitar atendimentos médico-hospitalares e viabilizar as entregas de doações para a população impactada.
Além das vidas perdidas, os eventos extremos impactaram também o patrimônio e a infraestrutura da região. Com relação ao transporte, todos os modos foram afetados, com a ocorrência de alagamentos de rodovias, portos e aeroportos, quedas de pontes e de barreiras, rupturas de drenagens, entre outras avarias, fato que paralisou ou dificultou o transporte local.
Pesquisa de Impacto no Transporte - Enchentes no Rio Grande do Sul