Estudo publicado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), nessa quinta-feira (2), destaca que a implantação do transporte ferroviário regional e semiurbano de passageiros no trecho Brasília (DF), Anápolis (GO) e Goiânia (GO) e do transporte de cargas entre Brasília e Goiânia é economicamente atrativa. Mas, para que seja viabilizado, o projeto precisará ser desenvolvido por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada). O levantamento analisa a viabilidade técnica, econômica, socioambiental e jurídico-legal, necessários à outorga da exploração do serviço.
Os documentos destacam alternativas de traçado e de localização das estações e tecnologias que poderão ser aplicadas. Segundo os estudos, a previsão é que, no primeiro ano de operação, mais de 40 milhões de passageiros sejam transportados.
A proposta trata de um Trem de Alto Desempenho, em que os comboios possam trafegar a uma média de 160 km/h. Uma viagem entre Brasília e Goiânia, por exemplo, poderia ser feita em 95 minutos e o bilhete custaria cerca de R$ 80. A demanda estimada, para 2020, é de 1.365 passageiros em horas críticas, previstas para os finais de semana. Em 2050, o número deve chegar a 2.576.
No transporte semiurbano por trens, o destaque é dado ao trecho Brasília-Águas Lindas de Goiás, em que a demanda pode passar de sete mil passageiros por hora nos horários de pico, ainda em 2020, e de 14 mil em 2050. Os trens, nesse trecho, fariam um percursos de 43 quilômetros em até 28 minutos.
Para o transporte de cargas, o estudo salienta que uma linha férrea no eixo Goiânia–Anápolis–Brasília deverá impactar todas as relações e interações dos agentes de transportes e dos modais existentes no Brasil. Mas a demanda maior deve partir de municípios goianos e mineiros.
“O transporte ferroviário regional e semiurbano de passageiros é economicamente atrativo, assim como o investimento no transporte ferroviário de cargas no trecho Brasília – Anápolis, se implantado de forma adicional ao transporte de passageiros. Já do ponto de vista financeiro, o transporte regional de passageiros é o mais lucrativo entre as alternativas analisadas, ainda que seu resultado não seja suficiente para atrair a iniciativa privada na ausência de participação pública”, diz o estudo.?
O custo de implantação da linha, calculado no ano passado, estava estimado em R$ 7,05 bilhões sem material rodante e de R$ 7,85 bilhões com material rodante.