Chris standing up holding his daughter Elva


A Tarde do Transporte e da Transição Energética, ocorrida em 15 de novembro, fechou, com chave de ouro, a participação do Sistema Transporte na COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024. 

A programação deu ênfase ao papel estratégico do transporte nas discussões sobre sustentabilidade e destacou o papel do Brasil como protagonista na transição para uma economia de baixo carbono. Lideranças nacionais e internacionais prestigiaram o encontro. 

A cerimônia de abertura foi conduzida por Vinicius Ladeira, diretor executivo nacional em exercício do SEST SENAT, e contou com a presença de Vander Costa, presidente do Sistema Transporte; Jorge Viana, presidente da ApexBrasil; Cloves Benevides, subsecretário de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes; Manuel Montenegro, embaixador do Brasil no Azerbaijão; Veneziano Vital do Rêgo, senador da República; e Larissa Amorim, diretora de Sustentabilidade do Ministério de Portos e Aeroportos.

Durante os discursos de abertura, os líderes reforçaram a importância de iniciativas que conectem inovação e sustentabilidade no setor de transporte. “O transporte de baixo carbono é um pilar estratégico para a agenda climática do Brasil. Essa Tarde do Transporte reforça nosso compromisso de mostrarmos iniciativas brasileiras em sustentabilidade e inovação no nosso setor”, destacou Vander Costa.


Exposição Prêmio CNT de Jornalismo

Na ocasião, foi aberta ao público a exposição “Sustentabilidade em Pauta: reportagens premiadas de transporte e meio ambiente”, que ofereceu uma experiência interativa para explorar as principais reportagens vencedoras do Prêmio CNT de Jornalismo. A mostra destacou como o transporte e a preservação ambiental podem caminhar juntos, apresentando iniciativas inovadoras e os desafios enfrentados pelo setor.


Painéis temáticos

O painel “Transição Energética no Setor de Transportes: o papel do diesel verde” deu sequência à programação, reunindo especialistas para discutir soluções imediatas e viáveis para descarbonizar o transporte.

Além de Vander Costa, o painel foi moderado por Felipe Queiroz, diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e contou com Daniel Bassani, gerente de Relações Institucionais da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronaves); Veneziano Vital do Rêgo, senador da República; e Yana Garcia, secretária de Proteção Ambiental da Califórnia. As discussões enfatizaram o diesel verde como uma alternativa estratégica para a transição energética no curto prazo, além de explorarem a necessidade de políticas públicas e investimentos que integrem combustíveis renováveis e novas tecnologias.

Durante o painel, Vander Costa destacou a importância do diesel verde como uma solução viável e imediata para reduzir emissões no setor de transportes pesados, um dos mais desafiadores em termos de descarbonização. “O diesel verde tem o potencial de ser um aliado estratégico no curto prazo, enquanto trabalhamos para consolidar tecnologias mais disruptivas, como a eletrificação e o hidrogênio verde”, afirmou.

Yana Garcia trouxe uma perspectiva internacional, destacando as políticas públicas da Califórnia, pioneira no uso de combustíveis alternativos e na criação de incentivos para reduzir a pegada de carbono no transporte. “A colaboração entre governos e a iniciativa privada é essencial para que soluções alternativas ganhem escala global”, ressaltou.

O senador Veneziano Vital do Rêgo reforçou a necessidade de um arcabouço regulatório claro no Brasil, para facilitar a adoção do diesel verde, além de destacar a importância de estudos técnicos que garantam a viabilidade econômica e ambiental dessa transição.

Já Daniel Bassani, da Embraer, abordou os impactos e aprendizados da aviação para o transporte terrestre, reforçando a sinergia entre os setores em busca de soluções sustentáveis, como o SAF, o combustível de aviação sustentável.


Economia verde e créditos de carbono

A tarde foi marcada por uma série de reuniões estratégicas que consolidaram parcerias e ampliaram o diálogo sobre a sustentabilidade no setor. O encontro com a Aliança Brasil NBS e a Carbonext abordou o potencial dos créditos de carbono e práticas regenerativas como motores da economia verde.

O recente avanço na regulamentação do mercado de carbono no Brasil, inspirado no modelo europeu, abriu oportunidades para parcerias público-privadas e para a compensação de emissões. Esse modelo fortalece tanto o mercado regulado quanto o voluntário, beneficiando empresas nacionais e internacionais e permitindo ao Brasil vender créditos de carbono. O país, cujo principal emissor de gases de efeito estufa é o desmatamento, tem a chance de se tornar um grande sequestrador de carbono por meio do reflorestamento e da restauração florestal.

Durante o debate, foram enfatizados os benefícios diretos dessas práticas para o setor de transporte, como a possibilidade de neutralizar emissões por meio de parcerias estratégicas no mercado de carbono. A adoção dessas soluções foi apresentada como uma ponte essencial entre sustentabilidade e viabilidade econômica, permitindo ao Brasil fortalecer sua posição de liderança global em conservação ambiental e inovação climática.


Biocombustíveis e setor automotivo

Em seguida, debates com a Anfavea, a Raízen e a Única discutiram o futuro do setor automotivo brasileiro e o papel dos biocombustíveis na descarbonização até 2040, com foco em inovações tecnológicas e no aumento da eficiência energética. O setor automotivo analisa diferentes cenários, como a transição gradual e acelerada, além do aumento do uso de biocombustíveis, buscando reduzir as emissões de CO2 de veículos leves e pesados.

O painel também destacou a importância de consolidar as políticas públicas e criar um ambiente regulatório que incentive a inovação e atraia investimentos privados. Além disso, foi discutida a criação de novos mecanismos financeiros, como o Fundo Clima, para apoiar projetos de baixo carbono e infraestrutura energética sustentável. 

A integração entre energias renováveis e infraestrutura de transporte foi explorada no painel com a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) e o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), enquanto o painel “A Agenda Climática e o Congresso Brasileiro” destacou a importância de marcos regulatórios para viabilizar a transição energética. Os participantes abordaram o papel do Parlamento em impulsionar legislações alinhadas com a preservação ambiental, justiça social e transição energética, destacando que o país retomou uma postura de liderança global em sustentabilidade sob o governo atual.


Brasil Rumo à COP30

A Tarde do Transporte e da Transição Energética reafirmou o compromisso do setor com a sustentabilidade, consolidando o Brasil como um ator central na construção de soluções climáticas globais e uma referência na agenda de transição energética.

Concluída a participação na COP29, o Sistema Transporte já se movimenta para encaminhar uma agenda de temas e se preparar para a COP30, que será realizada no ano que vem na cidade de Belém, no estado do Pará. 

Um primeiro passo nesse sentido é a realização do ciclo de seminários Brasil Rumo à COP30, que ocorrerá em 26 de novembro, na sede do Sistema Transporte, em Brasília. O evento é promovido pelo Valor Econômico e pelo Grupo CCR e será transmitido ao vivo, a partir das 9h30, no canal do jornal no YouTube. O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, participará da abertura, ao lado do embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Energia, Clima e Mudanças Climáticas.

O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, será um dos debatedores do painel "Como avançar na descarbonização do setor de transportes", que contará com a participação dos ministros Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). 

Diversos especialistas e autoridades já confirmaram presença, tais como; Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima; Arnaldo Jardim, deputado federal; Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais e coordenadora da Trilha de Finanças do G20; Miguel Setas, CEO do Grupo CCR; Natália Marcassa, presidente da Moveinfra; Marco Aurélio Barcelos Silva, presidente a ABCR; etc. 

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