No Brasil, o setor de transporte conta com forte participação de empresas familiares. Essa origem traz especificidades ao negócio e pode ser um trunfo em tempos de crise. Atento a esse cenário, o SEST SENAT promove, nos dias 14 e 15 de outubro, o workshop Family Business. A oficina tem conteúdo desenvolvido pela HSM e visa oferecer insights e ferramentas inovadoras aos participantes.
“Atualmente, é imprescindível que o espírito empreendedor de uma família esteja alinhado ao que há de mais avançado em gestão profissional e em governança de alto nível. Empresas familiares modernas valorizam o tino para os negócios, mas também sabem utilizar dados para tomar decisões. Neste momento particularmente desafiador, buscamos trazer ideias e subsídios para atravessar a crise”, pontuou o presidente do Sistema CNT, Vander Costa, na abertura do evento.
O especialista em governança corporativa e estratégia empresarial Luis Augusto Lobão conduziu os trabalhos e apresentou um panorama das mudanças aceleradas pela pandemia de covid-19. Ele convidou os presentes a refletirem sobre as oportunidades e as ameaças que podem atingir seus negócios em um futuro próximo. “Estamos entrando na fase da economia exponencial. Isso significa uma mudança do ambiente de escassez para um ambiente de abundância, no qual sobreviverão somente empresas que abraçarem a produtividade extrema”, provocou.
De acordo com Lobão, o principal desafio das empresas familiares costumava ser a sucessão. “Agora, temos o desafio da disrupção. O nível de destruição das empresas nos próximos anos será enorme”, afirmou. Para assegurar a longevidade das organizações, o professor elencou alguns fatores considerados essenciais. São eles: capacidade de antever transformações no mercado; adoção de um bom modelo de governança; construção de um projeto de sucessão; crescimento consistente; e resiliência.
O momento de turbulência foi analisado, ainda, pelo professor John Davis, fundador do Cambridge Family Enterprise Group e coautor do consagrado “Modelo dos Três Círculos”, que conjuga as variáveis propriedade, família e empresa para a resolução de conflitos. “É uma nova era para empresas familiares, com muito mais interconexão e transparência. Organizações e famílias estão muito mais diversas e o mundo, menos previsível. É preciso pensar sempre nas forças de disrupção”, aconselhou.