Enquanto a economia brasileira começa a dar pequenos sinais de que pode começar a se recuperar, o setor de transporte não traz números que apontam para um cenário otimista. De janeiro a setembro de 2019, o PIB (Produto Interno Bruto) do transporte caiu 0,1% enquanto o do Brasil subiu 1,0%. No mesmo período, os modos terrestre e aéreo registraram desempenho negativo, comparado com igual período do ano anterior. Apenas o aquaviário registrou um crescimento de 2,3%, na mesma base de comparação.
É o que revela a nova edição do estudo Transporte em Números, lançada nesta quinta-feira (12) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). A publicação consolida informações do cenário macroeconômico brasileiro e do desempenho do setor transportador. Mostra, ainda, o panorama em relação à economia em 2019, os reflexos para o transporte e como o setor tem enfrentado dificuldade, além de análises referentes a anos anteriores.
O segmento rodoviário ainda se ressente da fraca demanda por bens e serviços, que perdura no Brasil há quase três anos. Um indicativo dessa estagnação está no fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas do Brasil, que, apesar de ter registrado crescimento de janeiro a outubro deste ano, não teve desempenho suficiente para repor os prejuízos da recessão e devolver o fluxo ao patamar pré-recessão, em 2014. O volume de veículos leves cresceu 3,8%, e o de pesados, 4,5%, comparados com igual período do ano anterior.
Além disso, dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) mostram que, de janeiro a outubro de 2019, a produção ferroviária brasileira total caiu 11,8% em toneladas úteis transportadas (TU), na comparação com igual período de 2018. A CNT avalia que o modal ferroviário foi influenciado, possivelmente, pela desativação de barragens da Vale, após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), e por problemas estruturais com outras barragens no país.
“O transporte é um termômetro crucial da economia. Afinal, transportamos aquilo que é produzido no país. E, apesar de a economia apresentar indícios de leve recuperação, o setor ainda sente os efeitos da recessão econômica, tendo em vista que a procura por serviços de transporte permanece baixa no país”, comenta o presidente da CNT, Vander Costa.
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