Chris standing up holding his daughter Elva

O jornalismo, em 2021, reafirmou o seu papel social e mostrou que – em meio aos efeitos da pandemia da covid-19 e às inúmeras transformações na forma de se comunicar – é capaz de manter a população informada e, com isso, salvar vidas. Assim como o transporte, a atividade jornalística vem demonstrando a sua essencialidade para a sociedade e para o funcionamento da democracia. E o Sistema CNT, ao longo de 28 anos, sempre enxergou, no jornalismo profissional, um importante aliado para buscar soluções e alternativas para um transporte mais desenvolvido, integrado e sustentável. 

Nesse cenário, com mais um ano desafiador para a atividade jornalística, o Prêmio CNT de Jornalismo anunciou, em uma live especial, no dia 11 de novembro, os seus vencedores de 2021. O Grande Prêmio desta edição ficou com a reportagem “Vivo no trânsito”, de Artur Rodrigues e Thiago Amâncio, da Folha de S.Paulo. 

Durante a cerimônia de premiação, realizada em 8 dezembro, em Brasília, o presidente da CNT, Vander Costa, destacou que o Prêmio CNT induz o jornalismo de verdade e impulsiona o desenvolvimento do setor de transporte de cargas e de passageiros. “O Prêmio CNT de Jornalismo é um dos principais projetos do Sistema CNT para a sociedade, e isso é motivo de muito orgulho para todos nós. Além disso, é uma das premiações mais tradicionais da imprensa brasileira”, disse. 

O corpo de jurados da edição deste ano foi composto por: Matheus Leitão, colunista do site da revista Veja; Patrícia Campos Mello, repórter especial e colunista da Folha de S.Paulo; Paula Scarpin, especialista em narrativa radiofônica e responsável pelo podcast Rádio Novelo; Murilo Rocha, diretor de Jornalismo do Grupo Bandeirantes em Minas Gerais; e Edésio Lopes, professor e coordenador de cursos de pós-graduação no IPOG e colaborador na IDP Engenharia.

Conheça os trabalhos vencedores

GRANDE PRÊMIO

Vivo no trânsito

Thiago Amâncio, Folha de S.Paulo

A série destrinchou e traduziu como a política de redução de velocidade na cidade de São Paulo derrubou pela metade o número de mortes no trânsito. Com base em dados públicos, estudos nacionais e internacionais e opiniões de diversos especialistas, além dos políticos responsáveis pelas medidas, a reportagem consolidou dados sobre esse assunto e trouxe um aprofundamento inédito sobre o tema da segurança viária. Também foram mostrados os gargalos, como a dificuldade para diminuir mortes de motociclistas, ainda mais em meio à explosão de aplicativos de entrega, com destaque a personagens vítimas desse sistema. Olhando para o futuro e para o exterior, as matérias ainda indicaram tendências que podem ajudar a desacelerar e reduzir mais os acidentes de trânsito. Dessa maneira, o material ajudou a disseminar uma discussão importante sobre uma medida bem-sucedida e que ainda pode melhorar seus resultados com novos ajustes.

ÁUDIO

A luta por sobrevivência do Brasil que anda de moto

Tércio Saccol, Vos.social

Essa edição do podcast “Bendita Sois Vós” fala sobre a luta por sobrevivência dos motofretistas e entregadores de delivery. Para diminuir o contato entre as pessoas, em diversas cidades, como Porto Alegre e São Paulo, apenas atividades essenciais foram mantidas em funcionamento durante alguns meses de 2020. Shoppings, comércios de rua, escolas, universidades: tudo ficou fechado. Em casa, muitos recorreram ao delivery e a compras online de comida, pacotes, presentes, eletrônicos, medicamentos. O Brasil andou de moto e de bicicleta durante alguns meses de 2020. Mas, ainda que, na maioria das cidades do Brasil, o trânsito tenha se reduzido, a situação dos motofretistas e entregadores não mudou para melhor. Precariedade, desrespeito à vida, sinalização inadequada, baixa remuneração e alto risco são algumas das situações enfrentadas por esses trabalhadores.

FOTOGRAFIA

Transportando vacinas

Antonio Scorza, O Globo

O registro fotojornalístico de Antonio Scorza eternizou um momento simbólico para a história recente do Brasil: a distribuição de vacinas contra a covid-19. No trabalho, que foi destaque na capa do jornal O Globo, de 14 de abril de 2021, mostrou-se o helicóptero da Polícia Militar do Rio de Janeiro em ação para levar vacinas e insumos – que incluem também material para intubação – ao interior do estado.

IMPRESSO

Neste ano, pela primeira vez, houve empate na categoria Impresso, com dois trabalhos recebendo a mesma nota final. O Prêmio foi concedido às séries de reportagens “Como o vírus anda” e “Jornada da Vida”, ambas do jornalista Rone Carvalho, do Jornal Diário da Região, do Noroeste Paulista.

Como o vírus anda

As reportagens abordaram os impactos da pandemia do novo coronavírus nos vários setores do transporte brasileiro. Entre os temas das reportagens, estão: os impactos no transporte coletivo, seja pelo perigo de contaminação, seja pela queda de arrecadação das empresas; a crise no setor aéreo, com alguns aeroportos brasileiros registrando o menor movimento da história; e a fuga de passageiros do transporte coletivo para aplicativos de carona por medo de contaminação.

Jornada da vida

A série de reportagens mostra como o setor de transporte – seja por terra, água ou ar – ajuda a salvar vidas. Ela apresenta desde o transporte dos imunizantes contra a covid-19, que chega a percorrer aproximadamente 16,9 quilômetros, até embarcações-hospitais que atendem famílias ribeirinhas na Região Norte do Brasil.

INTERNET

A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia: rodovias separam o sonho do pesadelo

Mirelle Pinheiro, Portal Metrópoles

A matéria revela a falta de segurança nas rodovias localizadas nas fronteiras do Brasil e mostra como acontecem o aliciamento e a travessia de traficantes e vítimas dentro e fora do país. Para tanto, o Metrópoles foi à Bolívia, ao Peru e à Venezuela. A reportagem acessou o solo estrangeiro pela porta da frente e, também, percorreu rios, vias clandestinas e trilhas abertas em meio à mata, principais acessos do crime organizado na América do Sul.

MEIO AMBIENTE E TRANSPORTE

Um país fora dos trilhos

Renato Souza, Correio Braziliense

Em uma série de reportagens sobre a malha ferroviária do país, o Correio detalhou como esse tipo de transporte pode reduzir a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera e evitar a contaminação do solo e a destruição de florestas. Apesar do benefício ecológico, o sistema ferroviário brasileiro está estagnado desde a década de 1950, com um terço da malha abandonada e com milhares de quilômetros de trilhos e estações enferrujando com a ação do tempo e o abandono pelo poder público. Propostas legislativas e planos de governo podem mudar essa situação.

VÍDEO

Transamazônica: 50 anos

Lígia Scalise, CNN Brasil

Na série, a equipe da CNN percorreu a rodovia que atravessa a Floresta Amazônica para contar, em cinco episódios, como vivem indígenas, ribeirinhos, caminhoneiros e pescadores. As reportagens mostram, com exclusividade, o transporte ilegal de madeira extraída das terras indígenas; centenas de pessoas que vivem em terrenos sem documentos com medo de perderem tudo; as dificuldades que a população enfrenta por causa da mudança no ciclo de água do rio Xingu, causada pela construção da hidrelétrica de Belo Monte; o comércio clandestino e a grilagem das terras que geram violência e medo; e o papel das mulheres que lutam contra o preconceito na região da rodovia.

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