O segundo dia do SEST SENAT Summit, realizado no Teatro Santander, em São Paulo (SP), continuou a proporcionar debates importantes acerca do futuro do mercado.
Confira os pontos principais das palestras ministradas, nessa quarta-feira (16), para os líderes e os executivos das maiores transportadoras do Brasil.
Como era a cadeia logística há alguns anos:
Como é a cadeia logística hoje:
"Quem puxou essa tendência (a nova configuração da cadeia de distribuição) foram os consumidores e sua necessidade de ter acesso a diferentes itens.”
A fala acima é de Alexandre Félix, CEO da Loggi, que coloca o consumidor no centro da necessidade da transformação da logística. O novo perfil de cliente mudou a cultura das empresas. Para atenderem aos consumidores, que se tornaram mais exigentes em relação à velocidade da entrega do e-commerce e à qualidade do serviço, as empresas tiveram que lidar com novos processos, orientando-se para treinamento, desenvolvimento e humanização.
Ao abordar a humanização, Félix se referiu não apenas ao consumidor, mas também aos entregadores, chamados de drivers, com quem não há vínculo profissional, a jornada é esporádica e a prestação do serviço pode ocorrer para várias empresas.
O CEO da Loggi se referiu às novas relações de trabalho da economia GIG, que complementa essa nova necessidade do varejo, por gerar novas ofertas de entrega dentro dos aplicativos e dar mais opções de trabalho aos drivers.
“Qualquer empresa precisa ser confiável e justa para o seu trabalhador. E precisa entender que o entregador deve ser bem atendido, com acolhimento e humanização. Com isso, a gente consegue criar fidelização.”
Na experiência de Félix, outras vantagens da economia GIG na logística do ecommerce são:
Para contextualizar como a geração Z enxerga o atual mercado de trabalho, Paul Ferreira, professor de estratégia e liderança da FGV (Fundação Getulio Vargas), iniciou a palestra com duas conhecidas frases:
O raciocínio ao qual Ferreira pretendeu chegar é que a geração das pessoas que nasceram entre 1995 e 2010 passou da ideologia da “felicidade sacrificial” para a “felicidade do aqui e agora”. E mais: essa força da mudança se deve a três principais motivos:
Como consequência desses novos tempos, Paul Ferreira apresentou dois fenômenos que, segundo ele, já chegaram ao Brasil:
Para que líderes e gestores possam reagir a esse cenário, ele apresentou cinco estratégias para apoiar e atrair a mão de obra da geração Z:
A transformação digital está remodelando profundamente o setor de transporte, desde a maneira como os serviços são prestados até as oportunidades de negócios que surgem desse cenário inovador. Rafael Sampaio, da DHL, falou sobre isso no SEST SENAT Summit. Ele trouxe exemplos concretos de como a tecnologia está criando novas oportunidades.
Mais do que simplesmente adaptar-se às mudanças, o momento de disrupção oferece a chance de:
Sampaio mostrou que, desde a logística de cadeia de suprimentos até a mobilidade urbana, a transformação digital tem o poder de redefinir as estruturas existentes. Com empresas ágeis e inovadoras, será possível abraçar essa transformação digital e como se posicionar de maneira estratégica no mercado.
A pandemia da covid-19 impactou profundamente o transporte, setor que ainda busca se recuperar dos prejuízos. A adaptação a novas tecnologias e a integração do transporte multimodal como uma alternativa para negócios mais sustentáveis permeou várias discussões no SEST SENAT Summit. É o caso da palestra do diretor da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestres), Felipe Queiroz, que destacou os desafios e as oportunidades para o setor de transporte do Brasil, com foco na infraestrutura.
Queiroz citou o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que deverá triplicar os investimentos federais em infraestrutura nos próximos anos, em áreas como transporte, energia, infraestrutura urbana, inclusão digital e infraestrutura social inclusiva.
Para ele, o principal desafio para o desenvolvimento do setor do transporte é a governança:
“Refiro-me à coordenação institucional para que tiremos da prateleira os quase R$ 200 bilhões de investimentos anunciados no âmbito dos projetos de parceria público-privada. São mais de R$ 100 bilhões de investimento em rodovias para que todos esses projetos sejam estruturados e aprovados e cheguem a leilão de maneira viável e atrativa. Para que os atores do setor privado possam encarar esses desafios, eles (os projetos) precisam ser bem alinhados, precisam passar por um processo de segurança jurídica, na melhor técnica.”
No que se refere às oportunidades, Queiroz destaca a agenda ESG.
“O Brasil é um mar de oportunidades no que diz respeito ao mercado de carbono, à todo o potencial ambiental que o nosso território traz e à diversidade cultural, que pode agregar muito valor aos nossos projetos. Saber aproveitar bem os impactos positivos dessa agenda, sem que isso signifique necessariamente um custo adicional aos projetos, é uma oportunidade de agregar valor e alavancar a infraestrutura brasileira.”
Aos empresários do transporte, ele afirmou:
“Tenham em mente que a agenda ESG é fundamental para a competitividade. Quem não estiver nestes padrões, com as melhores práticas, vai perder num curto espaço de tempo.”
E, para finalizar, o diretor da ANTT ressaltou:
“O SEST SENAT Summit traz reflexões importantes para os desafios do país. O evento é uma contribuição muito grande para o setor, porque, aqui, surgem ideias e oportunidades. E a gente precisa mobilizar essas engrenagens para fazermos frente aos desafios do investimento e ao aumento da eficiência logística nacional. Esse evento veio para ficar no calendário. Parabéns ao SEST SENAT”, finalizou.
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