Chris standing up holding his daughter Elva

As demandas atuais e urgentes da sociedade e do mundo corporativo pautaram o primeiro dia do SEST SENAT Summit, realizado no Teatro Santander, em São Paulo (SP), nessa terça-feira (15). O futuro do mercado foi amplamente analisado, debatido e prospectado sob a ótica ambiental, social e de governança, os três eixos do ESG.

Confira, a seguir, os principais pontos:

Descarbonização e fontes de energia limpa

“Todas as companhias e industrias serão transformadas pela transição para um mundo net zero”.

Com uma frase de Larry Fink, CEO da BlockRock, a maior gestora de investimentos do mundo, a especialista em negócios e investimentos ESG-Impacto, Marina Cançado, iniciou a palestra, enaltecendo a necessidade de um conjunto de soluções para que as empresas façam a sua parte. Ela se refere “às soluções que combinem as de curto prazo com as de alto potencial, aquelas que levarão anos para serem desenvolvidas em escala”.

Como as empresas podem começar a adesão à Política Net zero?  

Com a Jornada da Descarbonização, constituída por três etapas:

  • diagnóstico: inventário de emissões;
  • definição da ambição climática: metas e governança; e
  • plano de ação: estratégias e ações de compensação, redução e neutralização.

Após apontar que a maior parte das emissões de gases do efeito estufa (GEE) no âmbito global se deve à queima de combustíveis fósseis e que o Brasil é o sexto maior emissor do mundo — sendo o setor de transporte o terceiro maior responsável pelas emissões do país —, Cançado assinalou a importância de soluções climáticas baseadas na ciência, destacando a importância de:

  • destravar o valor do hidrogênio verde, uma das principais apostas para descarbonizar o transporte de carga pesada e aviação;
  • investir na eletrificação de carros, de ferrovias e até de ferrovias de cargas;
  • investir na maior inserção dos biocombustíveis.

Marina Cançado também falou sobre a importância de se ter um olhar financeiro para as soluções climáticas, já que uma parte considerável do capital de risco no mundo está no setor de transporte. “Existem inúmeras soluções para a descarbonização e a eficiência energética, que podem gerar redução de custos significativa ao longo das próximas décadas”, finalizou.

Gestão de risco e responsabilidade socioambiental no transporte

Já o diretor de sustentabilidade do grupo Ambipar, Rafael Tello, ressaltou a necessidade de as organizações entenderem quais questões ambientais, sociais e de governança podem trazer riscos para as empresas. De modo geral, ele elencou os principais:   

  • Na parte ambiental, as mudanças climáticas.
    “O setor de transporte precisa trabalhar os desafios de reduzir as emissões e preparar os seus negócios para adaptação às mudanças climáticas, tomando cuidado com os ativos, com a operação e a cadeia de valor”. 
  • Na parte social, a segurança na oferta dos serviços e dos trabalhadores.
  • Na parte de governanças, a transparência.
    “As empresas precisam mostrar o que têm feito, como podem evoluir para que possamos gerar mais valor para a sociedade”.

Tello destacou, também, que, considerando a sua responsabilidade social, as empresas precisam desenvolver os seus negócios, promovendo resiliência e gerando impactos positivos para as pessoas.


As oportunidades da economia GIG no mercado do transporte

Como lidar com as novas relações de trabalho, demarcadas por trabalhadores sem vínculo, que prestam serviços para vários demandantes e fazem jornadas esporádicas?

"O jeito de pensar essa nova economia nos leva a refletir sobre novos negócios”, disse Luis Peixoto, chief of information da Movida, que apresentou, no SEST SENAT Summit, o case de sucesso Moover. “Nós já tínhamos parceria com a Uber, a 99 e a Lady Driver (que aluga veículos para motoristas de aplicativo). Daí, começaram a chegar ao Brasil os furgões elétricos e percebemos um novo modelo de negócio”, contou.

A Moover (antes conhecida por Movida Cargo) passou a usar a sua força para fomentar a parceria com grandes empresas, como Mercado Livre, Westwing, Amazon, para as quais foram desenvolvidos dois modelos de negócios com a sua frota de veículos elétricos: aluguel de veículos disponibilizados para os agregados das parceiras; e a disponibilidade das tarifas de aluguel fechada com a Moover para os agregados.

A neurociência a favor da mudança de mindset e do desenvolvimento de habilidades

“Em um mundo em constante transformação, as pessoas sabem que precisam mudar (seus modelos de pensamento), mas não o fazem por não se sentirem seguras”.

Foi assim que a neurocientista Carla Tieppo, da Singularity University, explicou o principal motivo pelo qual as lideranças de empresas devem propiciar um ambiente seguro para que os colaboradores desenvolvam um mindset flexível, ou seja, a capacidade de estarem abertos a novos modelos de pensar, que repercutirá, assim, na tomada de decisões e no desenvolvimento de habilidades.

Nesse contexto, Tieppo abordou como a neurociência — que é baseada em estudos sobre como o cérebro funciona e influencia o desenvolvimento de comportamentos — pode ajudar as empresas a equalizarem a relação entre o comportamento humano e a performance do colaborador. “Ela pode apoiar no entendimento de mecanismos que permitem a adaptação às mudanças”. Para isso, a neurocientista apontou dois aspectos importantes a serem considerados:

  • a aprendizagem pelo modelo: “quando vejo alguém que atinge o resultado que eu quero atingir, eu modelo essa pessoa e essa é a melhor forma de aprender, realizando o mesmo comportamento para atingir o mesmo resultado”; e
  • a importância dos erros: “se estou aprendendo por modelos, eu ainda não sei fazer. Então, a chance de errar aumenta muito. Ainda se está testando. O erro está ligado ao aprendizado”.

 Mais palestras no SS Summit

O segundo dia do SEST SENAT Summit, que acontecerá nesta quarta-feira (16), dará continuidade a novas palestras sobre o futuro do mercado. Entre os temas, estão: as novas configurações da cadeia de suprimentos; o impacto da transformação digital nos modelos de negócio; a geração Z e a ressignificação do trabalho; e retomada do crescimento do transporte.

Saiba mais detalhes na página do evento.

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